07 Junho 2022
O jesuíta defende a celebração como "um reconhecimento da dignidade humana de um grupo de pessoas que, durante séculos, foi tratada com desprezo, rejeição e violência".
"O Mês do Orgulho Gay lembra os católicos a tratar as pessoas LGBTQ com o respeito, a compaixão e a sensibilidade exigidos pelo Catecismo, a proximidade, a compaixão e a ternura que o Papa Francisco ensinou e o amor e a misericórdia que Jesus mostrou a todas as pessoas, especialmente aos marginalizados, durante seu ministério público."
“Também temos que lembrar que em muitos países, ser LGBTQ é uma questão de vida ou morte”, enfatiza James Martin, que insiste que em vários países “você pode ser executado simplesmente por ser gay ou por ter relações entre pessoas do mesmo sexo”.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 06-06-2022.
"Os católicos podem celebrar o Mês do Orgulho Gay? Sim, porque para as pessoas LGTBQ não se trata de celebrar a vaidade, mas de reconhecer a dignidade humana. Para a pessoa religiosa também é uma recordação de que as pessoas LGBTQ são filhos amados de Deus."
Marcha do Orgulho Gay, em Madri, Espanha, em 2019. (Foto: Cogam LGTB | Flickr CC)
O jesuíta James Martin se manifestou contra a polêmica sobre se a Igreja pode celebrar o Orgulho Gay, diante das "canções de sereia" dos grupos ultraconservadores, que até se pediram ao Papa para que pare o religioso, consultor ao Dicastério para a Comunicação, pela defesa de uma Igreja aberta a todos.
Em artigo publicado no Outreach, o jesuíta norte-americano, conhecido ativista em defesa dos direitos do povo LGTBQ na Igreja, diferencia "orgulho" e "vaidade", e defende aquele tipo de orgulho que é "a consciência da própria dignidade".
“E isso é o que mais se aproxima do Mês do Orgulho LGBTQ: um reconhecimento da dignidade humana de um grupo de pessoas que, durante séculos, foi tratado com desprezo, rejeição e violência”, diz o jesuíta, que insiste: "Para a pessoa religiosa, este mês também é um lembrete de que as pessoas LGBTQ são filhos amados de Deus."
E, para a própria Igreja, “o Mês do Orgulho Gay lembra aos católicos que eles devem tratar as pessoas LGBTQ com o respeito, a compaixão e a sensibilidade que o Catecismo ordena, a proximidade, a compaixão e a ternura que o Papa Francisco ensina, e o amor e misericórdia que Jesus mostrou a todas as pessoas, especialmente aos marginalizados, durante seu ministério público".
Além do mais: para Martin, "é especialmente importante que as igrejas marquem o Mês do Orgulho Gay, pois grande parte da rejeição que as pessoas LGBTQ enfrentaram foi motivada pelo cristianismo, pelo menos o que muitas pessoas acreditam que ensina".
E é que, observa o jesuíta, “as igrejas também foram lugares onde as pessoas LGBTQ se sentiram insultadas e rejeitadas, por isso é importante que as igrejas celebrem o Mês do Orgulho Gay e lembrem aos nossos amigos LGBTQ que são bem-vindos ao que, afinal, é também a sua igreja".
“Também temos que lembrar que, em muitos países, ser LGBTQ é uma questão de vida ou morte”, enfatiza James Martin, que insiste que em vários países “você pode ser executado simplesmente por ser gay ou por ter relações entre pessoas do mesmo sexo”.
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“Os católicos podem celebrar o Mês do Orgulho? Sim”, afirma James Martin, sj - Instituto Humanitas Unisinos - IHU